sábado, 19 de março de 2011

JESUS DE NAZARÉ DE BENTO XVI

(19/3/2011) Bento XVI afirma no seu novo livro, que Jesus não quis iniciar uma “revolução política” em Israel e que a “matança de outros em nome de Deus não correspondia ao seu modo de ser”.
“Jesus operou uma separação entre as dimensões religiosa e política; uma separação que mudou o mundo e que pertence verdadeiramente à essência do seu caminho novo”, indica.
A obra «Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição» aborda no seu primeiro capítulo o episódio da “purificação do templo”, que o Papa considera estar longe de ser um momento de “subversão violenta”.
Explicando a cena em que os evangelistas mostram Cristo a expulsar do templo de Jerusalém os vendedores e os cambistas, Bento XVI refuta qualquer “interpretação político - revolucionária do facto”.
E critica as “vaga das teologias da revolução” que “tinham procurado legitimar a violência como meio para instaurar um mundo melhor: o «Reino»”.
“Os terríveis resultados de uma violência por motivos religiosos encontram-se, de modo bem drástico, diante dos olhos de todos nós”, assinala, no segundo volume da obra sobre «Jesus de Nazaré», publicado quatro anos depois do primeiro.
O Papa considera que “Jesus reivindica efectivamente um direito régio”, mas, para tal, “não se apoia na violência, não começa uma insurreição militar contra Roma”.
“O seu poder é de carácter diferente; é na pobreza de Deus, na paz de Deus que ele identifica o único poder salvador”, precisa.
Mais à frente, Joseph Ratzinger frisa que Jesus “não cede espaço algum a ideias que poderiam desembocar numa compreensão política ou bélica da actividade do Messias”.
Bento XVI contesta ainda as teorias que vêem em Cristo “um simples reformador que defende os preceitos judaicos”.
“As palavras de Jesus demonstram que a sua reivindicação era mais profunda, precisamente porque pretendia também, com a sua acção, dar cumprimento à Lei e aos profetas”, pode ler-se.
O Papa considera que Jesus “atacava a ordem em vigor estabelecida pela aristocracia do templo”, com o objectivo de “abrir o espaço à adoração comum” de Deus.
“A rejeição de Jesus, a sua crucifixão, significa ao mesmo tempo o fim deste templo. O período do templo passou”, prossegue.

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