quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O GRITO DOS EXCLUÍDOS NA ROMARIA DA TERRA.

O GRITO DOS EXCLUÍDOS: Em especial as romarias tem um sentido simbólico, com fonte na própria marcha da humanidade e se originaram na esteira do Concilio Vaticano II, que acabou com a ruptura entre povo, palavra e altar. 

Nos dias atuais as romarias tradicionais buscam essencialmente o altar e o santo, enquanto que as romarias da terra introduziram a "Palavra" a reflexão, sendo "sacramento da caminhada, pois elas são o templo do encontro do divino com o humano".


O Grito da Romaria da Terra, é de caráter ecumênico e incorpora ritos e símbolos de outras religiões ao evento, junto ao universo católico,    trabalhando seus lemas a partir da Campanha da Fraternidade e este ano 2019, refletindo as políticas públicas; a 32° Romaria da Terra, aconteceu na cidade rural de Lindoeste com cerca de 6 mil habitantes, na região metropolitana da cidade da arquidiocese de Cascavel, tendo o evento como lema: "Nenhum camponês sem terra, mulher sem direito, jovem sem educação e criança sem saúde".

É comum nas praças e rodas de conversas das cidades e do campo, escutar de idosos, jovens, o triste desabafo do povo que sofre no caminho dizendo: os Pastores da Igreja de nossos Pais já cumpriram a sua missão profética e hoje com seus louvores e orações se encontram acovardados com as tecnologias e com as portas fechadas nas quatro paredes das sacristias; onde muitos enterraram o "Evangelho da Vida no chão da Vinha do Senhor; por medo dos lobos".

No entanto irmãos; não é uma Igreja acovardada, indiferente, que estamos visualizando no Paraná e sim uma Igreja Missionária em saída e presente com seu Pastor que vai ao campo nas periferias existenciais ao encontro das ovelhas que sofre e os acolhem com uma mensagem de esperança.

Foi o que vimos e ouvimos na 32° Romaria da Terra no interior do Parará, onde o povo tinha os olhos fixos no Pastor, e os escutavam.

O evento teve inicio ás 7h00 da manhã na Paróquia Cristo Rei com Missa presidida pelo arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos e concelebrada com a presença de Dom Geremias Steinmetz, Dom Manoel João Francisco e diversos sacerdotes do regional Sul 2 CNBB, seminaristas, lideranças do laicato, religiosos(as) e o povo de Deus.

Após a Santa Missa, em um campo aconteceu a reflexão da história da Romaria da Terra, com a participação de grande multidão de romeiros vindos de Curitiba e das dioceses do regional sul 2, com a presença do prefeito da cidade,vereadores e na sequência aconteceu a tradicional caminhada da Romaria da Terra.

Reflexões do Grito da Romaria da Terra.

Dom Mauro: você não precisa se preocupar se as pessoas na sociedade vai nos tachar de comunistas, mais você precisa se preocupar sim! Quando você se encontrar com a pessoa de Jesus Cristo, pois ele vai te dizer: Eu tive fome e tu não me deste de comer. Eu tive sede e não me deste de beber. Eu fui estrangeiro e não me acolheste. Eu tive preso e tu não me visitaste.

É preciso bater na cabeça do lobo para que as Ovelhas tenham Vida.

Dom Geremias Steinmetz: Muitos pensam que o problema da terra está resolvido no oeste do estado do Paraná, mais na verdade não está resolvido e são milhares de pequenos agricultores que a mais de 50 anos ainda não possuem os documentos da terra e não tem acesso aos créditos para trabalhar e cultivar a sua terra.

Matéria: Tarcísio Cirino.
06-09-2019

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