quinta-feira, 29 de novembro de 2018

300 MILHÕES DE CRISTÃOS SÃO PERSEGUIDOS NO MUNDO.


VENEZA PINTADA DE VERMELHO RECORDA OS CRISTÃOS PERSEGUIDOS.
Marco Guerra - Cidade do Vaticano
Um cristão a cada sete, vive em um país onde a perseguição é uma realidade dramática, para um total de mais de 300 milhões de fiéis que sofrem discriminação e perseguição. São carne e sangue de nossos irmãos na fé os números divulgados pelo XIV relatório da Fundação de direito pontifício "Ajuda à Igreja que Sofre", apresentado na quinta-feira em Roma, na Embaixada da Itália junto à Santa Sé.

Cristãos os mais perseguidos

 

No relatório, que examina o período de junho de 2016 a junho de 2018, emerge o fato de que o cristianismo é a comunidade de fé que sofre, mais do que qualquer outra, formas de opressão e intolerância.
No entanto, as violações da liberdade religiosa em muitas outras confissões também estão aumentando. O estudo apresenta incidentes e episódios significativos que foram coletados e relatados graças ao trabalho dos parceiros do projeto, presentes em mais de 150 países.
São casos de conversões e matrimônios forçados, atentados, sequestros, destruição de locais de culto e de símbolos religiosos, prisões arbitrárias, acusações de blasfêmia, regulamentos para o controle de assuntos religiosos e várias medidas para a limitação do culto público.

Violações graves em 38 países

 

O estudo da AIS identifica, portanto, 38 países em que são registradas violações graves ou extremas da liberdade religiosa. 21 deles são classificados como locais de perseguição: Afeganistão, Arábia Saudita, Bangladesh, Birmânia, China, Coréia do Norte, Eritreia, Índia, Indonésia, Iraque, Líbia, Níger, Nigéria, Paquistão, Palestina, Síria, Somália, Sudão, Turcomenistão , Uzbequistão e Iêmen. 17, por outro lado, são considerados lugares de discriminação: Argélia, Azerbaijão, Butão, Brunei, Egito, Federação Russa, Irã, Cazaquistão, Quirguistão, Laos, Maldivas, Mauritânia, Catar, Tadjiquistão, Turquia, Ucrânia e Vietnã.

Situação piorada em muitos países

 

A situação piorou durante o período em análise em 17 dos 38 Estados assinalados. Em outros - como Coreia do Norte, Arábia Saudita, Nigéria, Afeganistão e Eritreia - a situação se manteve inalterada, porque, segundo a Fundação pontifícia, é tão grave que não pode piorar.
O relatório também reserva sinais de esperança: uma queda brusca das violências cometidas pelo grupo islâmico al-Shabaab, fazendo com que a Tanzânia e o Quênia - anteriormente classificados como "países de perseguição" no período de 2016 a 2018 - voltassem à categoria de "não classificados”.
Depois, há o sucesso de campanhas militares contra o Estado Islâmico e outros grupos hiper-extremistas que de alguma forma "ocultaram" a disseminação de outros movimentos militantes islâmicos em regiões da África, Oriente Médio e África. Ásia.

Entre o fundamentalismo e o ultranacionalismo

 

Em vários países, a perseguição é incentivada e alimentada pelo fundamentalismo de matriz islâmica, mas outra "tendência" definida como "preocupante" é a do aumento do nacionalismo agressivo contra as minorias e, em alguns casos, contra todas as crenças religiosas, degenerado a tal ponto que pode ser definido como ultranacionalismo.

O caso da Índia

 

Este fenômeno tem se desenvolvido de diferentes maneiras, dependendo do país, lê-se ainda no texto, que indica o caso da Índia como "particularmente significativo”, pois relatório após o relatório foram evidenciados cada vez mais atos de violência contra as minorias religiosas, com motivações que incluem claramente o ódio religioso.
As minorias são consideradas - como recentemente declarado por um deputado indiano - "uma ameaça à unidade do país". Estas declarações são indicativas de uma mentalidade nacionalista que identifica o Estado federal exclusivamente com o hinduísmo.
Segundo a AIS, o ultranacionalismo não necessariamente se identifica com uma religião: "Muitas vezes, de fato, ele se manifesta como uma hostilidade geral do Estado em relação a todos os credos e se traduz em medidas restritivas que limitam fortemente a liberdade religiosa". A tal propósito, o relatório recorda que na China ao longo dos últimos dois anos, o governo adotou novas medidas para reprimir grupos religiosos percebidos como resistentes ao domínio das autoridades comunistas.

Antissemitismo em aumento no Ocidente

 

Por fim, o Relatório também ressalta os problemas críticos encontrados no Ocidente. "O período em análise viu um aumento do antissemitismo na Europa, um fenômeno frequentemente ligado ao crescimento do islamismo militante".
"Na França, onde a comunidade judaica é a mais populosa da Europa, cerca de 500.000 judeus, foi registrado um pico bem documentado de ataques antissemitas e de violência contra centros culturais e religiosos judaicos".
A aversão às minorias islâmicas também aumentou significativamente. O período de dois anos analisado também viu uma onda de ataques terroristas no Ocidente, particularmente na Europa. A AIS também aponta que "a maioria dos governos ocidentais não conseguiu fornecer a assistência necessária e urgente aos grupos religiosos minoritários, em particular às comunidades de deslocadas que desejam voltar para casa nas respectivas nações, das quais foram forçadas a fugir".

Presença na conferência de imprensa de hoje

 

Na apresentação do Relatório estavam presentes o embaixador da Itália junto à Santa Sé, Pietro Sebastiani, o presidente da AIS-Itália, Alfredo Mantovano, o presidente executivo internacional da AIS, Thomas Heine-Geldern, e o diretor AIS-Itália, Alessandro Monteduro.
Pronunciaram-se o cardeal Mauro Piacenza, presidente internacional da AIS; Dom Botros Fahim Awad Hanna, bispo copta católico de Minya (Egito); Tabassum Yousaf, advogado do Supremo Tribunal de Sindh e defensor das vítimas de perseguição religiosa (Paquistão) e Marta Petrosillo, porta-voz da AIS-Itália.

Manter alta a atenção

 

O presidente da ACS-Itália Mantovano falou sobre a importância de manter  alta a atenção sobre a liberdade religiosa, porque "a indiferença mata mais do que terrorismo", e salientou que o Relatório encarna a missão de denunciar a perseguição, mas também a de ajudar as Igrejas que sofrem discriminação.

Liberdade religiosa refere-se a todos os direitos humanos

 

O cardeal Piacenza recordou que os cristãos contribuíram para o correto amadurecimento da ideia de liberdade e tiveram um papel não somente em nível religioso, mas também histórico cultural. "De fato, a liberdade religiosa não é um direito dos muitos - acrescentou o cardeal - é antes uma rocha sobre a qual todos os direitos humanos se agarram firmemente, porque se refere à dimensão transcendente da pessoa humana". "Na liberdade religiosa - continuou ele - há liberdade de pensamento e até mesmo a liberdade para se distanciar do elemento religioso".

Colocar a liberdade religiosa entre as prioridades da política

O diretor Monteduro, por sua vez, retornou aos dados apresentados no relatório e ressaltou que 61% dos cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa não é respeitada, e voltou-se para "um Ocidente analfabeto", pedindo que a liberdade religiosa seja colocada entre as prioridades da política internacional.
O encontro concluiu-se com o testemunho de Dom Hanna, que falou sobre o Egito, onde a liberdade religiosa foi colocada na Constituição, embora na prática ainda exista muito a ser feito para sua plena aplicação, e de Tabassum Yousaf, que falou sobre as dramáticas intimidações sofridas pelos cristãos no Paquistão.

A INJUSTIÇA É A RAIZ PERVERSA DA POBREZA


Missa na íntegra do Papa no II Dia Mundial dos Pobres 

"O grito dos pobres torna-se mais forte a cada dia, e a cada dia é menos ouvido, porque abafado pelo barulho de poucos ricos, que são sempre menos e sempre mais ricos", disse Francisco na homilia.


Cidade do Vaticano
O Papa Francisco celebrou a Eucaristia, na Basílica de São Pedro, neste domingo (18⁄11), Solenidade da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo fora dos Muros, e II Dia Mundial dos Pobres.
Eis a íntegra da homilia do Santo Padre.
Debrucemo-nos sobre três ações que Jesus realiza no Evangelho.
A primeira. Em pleno dia, deixa… deixa a multidão na hora do sucesso, quando era aclamado por ter multiplicado os pães. Os discípulos queriam gozar do triunfo, mas Jesus obrigou-os imediatamente a partir, enquanto Ele despede a multidão (cf. Mt 14, 22-23). Procurado pelo povo, retira-Se sozinho; quando tudo se apresentava «em descida», Ele sobe ao monte para rezar. Depois, no coração da noite, desce do monte e vai ter com os Seus, caminhando sobre as águas agitadas pelo vento. Em tudo isto, Jesus vai contracorrente: primeiro deixa o sucesso, depois a tranquilidade. Ensina-nos a coragem de deixar: deixar o sucesso que ensoberbece o coração, e a tranquilidade que adormece a alma.
Para ir… aonde? A Deus, rezando, e a quem tem necessidade, amando. São os verdadeiros tesouros da vida: Deus e o próximo. Subir até Deus e descer até aos irmãos: eis a rota indicada por Jesus. Subtrai-nos, assim, à tendência de nos apascentarmos calmamente nas cómodas planícies da vida, de deixar correr ociosamente a vida por entre as pequenas satisfações do dia-a-dia. Os discípulos de Jesus não estão feitos para a previsível tranquilidade duma vida normal. Como o seu Senhor, vivem a caminho, leves, prontos a deixar as glórias do momento, atentos a não se apegar aos bens que passam. O cristão sabe que a sua pátria não é aqui, sabe – como recorda o apóstolo Paulo na segunda Leitura – que já é «concidadão dos santos e membro da casa de Deus» (cf. Ef 2, 19). É um ágil viandante da existência. Não vivemos para acumular: a nossa glória está em deixar o que passa, para guardarmos aquilo que permanece. Peçamos a Deus a graça de nos assemelharmos à Igreja descrita na primeira Leitura: sempre em movimento, especialista no deixar e fiel no servir (cf. At 28, 11-14). Despertai-nos, Senhor, da calmaria ociosa, da bonança tranquila dos nossos portos seguros. Desligai-nos das amarras da autorreferencialidade que atulham a vida, libertai-nos da busca dos nossos sucessos. Ensinai-nos a saber deixar, para orientar a rota da vida pela tua: rumo a Deus e ao próximo.
segunda ação: em plena noite, Jesus encoraja. Vai ter com os Seus, submersos na escuridão, caminhando «sobre o mar» (Mt 14, 25). Na realidade, tratava-se de um lago; mas naquele tempo o mar, com a profundidade dos seus abismos tenebrosos, evocava as forças do mal. Por outras palavras, Jesus vai ao encontro dos Seus, calcando os inimigos malignos do homem. Tal é o significado deste sinal: não uma manifestação celebrativa de força, mas a revelação, que nos é feita, da certeza tranquilizadora de que Jesus, só Jesus, vence os nossos grandes inimigos: o diabo, o pecado, a morte, o medo. Hoje, Ele diz também a nós: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» (14, 27).
A barca da nossa vida vê-se, frequentemente, balanceada pelas ondas e sacudida pelos ventos; e, se as águas por vezes estão calmas, não tardam a agitar-se. Então irritamo-nos com as tempestades do momento, como se fossem os nossos únicos problemas. Mas o problema não é a tempestade presente, mas o modo como navegar na vida. O segredo de bem navegar é convidar Jesus a subir para bordo. O leme da vida deve ser dado a Ele, para que seja Jesus a traçar a rota. Com efeito, só Ele dá vida na morte, e esperança na dor; só Ele cura o coração com o perdão, e liberta do medo com a confiança. Convidemos, hoje, Jesus a subir para a barca da vida. Como os discípulos, experimentaremos que, com Ele a bordo, amainam os ventos (cf. 14, 32) e nunca sofremos naufrágio. E só com Jesus é que nos tornamos capazes também de encorajar. Há uma grande necessidade de pessoas que saibam consolar, não com palavras vazias, mas com palavras de vida. No nome de Jesus, encontramos e oferecemos verdadeira consolação: não são os encorajamentos formais e previstos que restauram, mas a presença de Jesus. Encorajai-nos, Senhor! Consolados por Vós, seremos verdadeiros consoladores para os outros.
Terceira ação: no meio da tempestade, Jesus estende a mão (cf. 14, 31). Agarra Pedro que, assustado, duvidara e, afundando, gritou: «Salva-me, Senhor!» (14, 30). Podemos colocar-nos no lugar de Pedro: somos pessoas de pouca fé e estamos aqui a mendigar a salvação. Somos pobres de vida verdadeira, e serve-nos a mão estendida do Senhor que nos tire fora do mal. Isto é o início da fé: esvaziar-se da orgulhosa convicção de nos julgarmos em ordem, capazes, autónomos, para nos reconhecermos necessitados de salvação. A fé cresce neste clima, um clima ao qual nos adaptamos convivendo com quantos não se colocam no pedestal, mas precisam e pedem ajuda. Por isso é importante, para todos nós, viver a fé em contacto com os necessitados. Não é uma opção sociológica, mas exigência teológica. É reconhecer-se mendigos de salvação, irmãos e irmãs de todos, mas especialmente dos pobres, prediletos do Senhor. Assim bebemos do espírito do Evangelho: «o espírito de pobreza e de caridade – diz o Concílio – são a glória e o testemunho da Igreja de Cristo» (Const. past. Gaudium et spes, 88).
Jesus ouviu o grito de Pedro. Peçamos a graça de ouvir o grito de quem vive em águas borrascosas. O grito dos pobres: é o grito estrangulado de bebés que não podem vir à luz, de crianças que padecem a fome, de adolescentes habituados ao fragor das bombas em vez de o ser à algazarra alegre dos jogos. É o grito de idosos descartados e deixados sozinhos. É o grito de quem se encontra a enfrentar as tempestades da vida sem uma presença amiga. É o grito daqueles que têm de fugir, deixando a casa e a terra sem a certeza dum refúgio. É o grito de populações inteiras, privadas inclusive dos enormes recursos naturais de que dispõem. É o grito dos inúmeros Lázaros que choram, enquanto poucos epulões se banqueteiam com aquilo que, por justiça, é para todos. A injustiça é a raiz perversa da pobreza. O grito dos pobres torna-se mais forte de dia para dia, mas de dia para dia é menos ouvido, porque abafado pelo barulho de poucos ricos, que são sempre menos e sempre mais ricos.
Perante a dignidade humana espezinhada, muitas vezes fica-se de braços cruzados ou então abanam-se os braços, impotentes diante da força obscura do mal. Mas o cristão não pode ficar de braços cruzados, indiferente, nem de braços a abanar, fatalista! Não... O crente estende a mão, como Jesus faz com ele. Junto de Deus, o grito dos pobres encontra guarida, mas em nós? Temos olhos para ver, ouvidos para escutar, mãos estendidas para ajudar? «Nos pobres, o próprio Cristo como que apela em alta voz para a caridade dos seus discípulos» (Ibid., 88). Pede-nos para O reconhecermos em quem tem fome e sede, é forasteiro e está privado de dignidade, doente e encarcerado (cf. Mt 25, 35-36).
O Senhor estende a mão: é um gesto gratuito, não devido. É assim que se faz. Não somos chamados a fazer bem só a quem nos ama. Retribuir é normal, mas Jesus pede para ir mais longe (cf. Mt 5, 46): dar a quem não tem para restituir, isto é, amar gratuitamente (cf. Lc 6, 32-36). Consideremos os nossos dias: entre as muitas coisas que fazemos, alguma é de graça? Fazemos algo por quem não tem com que retribuir? Tal há de ser a nossa mão estendida, a nossa verdadeira riqueza no céu.
Estendei-nos a mão, Senhor, e agarrai-nos. Ajudai-nos a amar como Vós amais. Ensinai-nos a deixar o que passa, a encorajar quem vive ao nosso lado, a dar gratuitamente a quem está necessitado. Amém.

sábado, 24 de novembro de 2018

ESTAREMOS JUNTOS NA (JMJ 2019 NO PANAMÁ).

Foi divulgada, nesta quarta-feira (21/11), pela Sala de Imprensa da Santa Sé, a vídeomensagem do Papa Francisco convocando os jovens para a 34ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realizará, no Panamá, de 22 a 27 de janeiro de 2019, sobre o tema «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).
A mensagem de vídeo, divulgada hoje, dia em que a Igreja recorda a Apresentação de Nossa Senhora, conclui o ciclo de três mensagens marianas, dedicadas aos jovens a caminho entre a JMJ 2016 e a JMJ 2019.
“Pela primeira vez, a mensagem do Papa em preparação da JMJ é  publicada em forma de vídeomensagem a fim de que possa alcançar o maior número possível de jovens e responder ao seu desejo, manifestado durante o recente Sínodo, de comunicar com a Igreja através de formas mais próximas à sua linguagem”, afirma o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.
A vídeomensagem serve como instrumento de preparação espiritual para a próxima JMJ no Panamá em 2019, e também como inspiração para a Pastoral da Juventude no mundo inteiro.
Segue, na íntegra, o texto da mensagem de vídeo do Papa Francisco.
Queridos jovens!
Vai-se aproximando a Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada no Panamá em janeiro do próximo ano e terá como tema a resposta da Virgem Maria à chamada de Deus: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).

Um sim audaz e generoso

As suas palavras são um «sim» audaz e generoso; o sim de quem compreendeu o segredo da vocação: sair de si mesmo e pôr-se ao serviço dos outros. A nossa vida só encontra sentido no serviço a Deus e ao próximo.

A força dos jovens

Há muitos jovens, crentes ou não crentes, que, no final dum período de estudos, mostram desejo de ajudar os outros, fazer algo pelos que sofrem. Esta é a força dos jovens, a força de todos vós, que pode transformar o mundo; esta é a revolução que pode desbaratar os «poderes fortes» desta terra: a «revolução» do serviço.

Atitude de escuta como Maria

Para colocar-se ao serviço dos outros não basta estar pronto para a ação, é preciso também entrar em diálogo com Deus, numa atitude de escuta, como fez Maria. Ela escutou o que o anjo Lhe dizia e, depois, respondeu. A partir deste relacionamento com Deus no silêncio do coração, descobrimos a nossa identidade e a vocação a que nos chama o Senhor; a vocação pode expressar-se em várias formas: no matrimônio, na vida consagrada, no sacerdócio. Não ao egoísmo. Não existe vocação ao egoísmo. Mas todas elas são caminhos para seguir Jesus. O importante é descobrir aquilo que o Senhor espera de nós e ter a audácia de dizer «sim».

Primeiro passo para ser feliz

Maria foi uma mulher feliz, porque generosa com Deus, aberta ao plano que tinha para Ela. As propostas de Deus para nós, como a que fez a Maria, não são para satisfazer sonhos, mas para acender desejos; para fazer com que a nossa vida dê fruto, faça desabrochar muitos sorrisos e alegre muitos corações. Responder afirmativamente a Deus é o primeiro passo para ser feliz e tornar felizes muitas pessoas.

Que quereis de mim, Senhor?

Queridos jovens, tende a coragem de entrar, cada um, no próprio interior e perguntar a Deus: Que quereis de mim? Deixai que o Senhor vos fale, e vereis a vossa vida transformar-se e encher-se de alegria.

Boa caminhada rumo ao Panamá!

Na iminência da Jornada Mundial da Juventude no Panamá, convido-vos a preparar-vos, acompanhando e participando em todas as iniciativas que se vão realizando. Isto ajudar-vos-á a caminhar para tal meta. Que a Virgem Maria vos acompanhe nesta peregrinação e o seu exemplo vos induza a ser audazes e generosos na resposta.
Boa caminhada rumo ao Panamá! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Até breve!

LANÇAMENTO DO LIVRO CAMINHANDO 32

No sábado 24 de novembro, às 15h, na Cúria Arquidiocesana de Curitiba, acontecerá uma formação gratuita para todas pessoas que se interessarem em conhecer mais sobre o livro subsídio de evangelização “Caminhando 32”.

O Caminhando é um material de apoio para os pequenos grupos – grupos de cristãos que se reúnem nos lares durante a semana. 

Estes grupos podem ser: Grupos de Reflexão, Grupos de Famílias, Grupos de Vivência Cristã, Pequenos Grupos, Círculos Bíblicos, Comunidades Eclesiais de base, Pequena comunidade de fé, entre outros.

O objetivo do Caminhando é ajudar no crescimento e fortalecimento da fé.

 Nesses grupos. Por meio do encontro com a Palavra de Deus, o povo cristão pode se tornar mais próximo dEle e levar sua Palavra adiante.


Ajudem a divulgar!

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

II JORNADA MUNDIAL DOS POBRES: PARTICIPE!!



FRANCISCO: HOMILIA DA CANONIZAÇÃO DOS NOVOS SANTOS.

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DOS BEATOS:
OSCAR ROMERO, PAULO VI, FRANCISCO SPINELLI,
VICENTE ROMANO, MARIA CATARINA KASPER,
NAZÁRIA INÁCIA DE SANTA TERESA DE JESUS, NÚNCIO SULPRIZIO

Praça São Pedro
Domingo, 14 de outubro de 2018


A segunda Leitura disse-nos que «a palavra de Deus é viva, eficaz e cortante» (cf. Heb 4, 12). É mesmo assim: a Palavra de Deus não é apenas um conjunto de verdades ou uma história espiritual edificante. Não! É Palavra viva que toca a vida, que a transforma. Nela, Jesus pessoalmente – Ele que é a Palavra viva de Deus – fala aos nossos corações.
Particularmente o Evangelho convida-nos a ir ao encontro do Senhor, a exemplo daquele «alguém» que «correu para Ele» (cf. Mc10, 17). Podemo-nos identificar com aquele homem, de quem o texto não diz o nome parecendo sugerir-nos que pode representar cada um de nós. Ele pergunta a Jesus como deve fazer para «ter em herança a vida eterna» (10, 17). Pede vida para sempre, vida em plenitude; e qual de nós não a quereria? Mas pede-a – notemos bem – como uma herança a possuir, como um bem a alcançar, a conquistar com as suas forças. De facto, para possuir este bem, observou os mandamentos desde a infância e, para alcançar tal objetivo, está disposto a observar ainda outros; por isso, pergunta: «Que devo fazer para ter…?»
A resposta de Jesus mexe com ele. O Senhor fixa nele o olhar e ama-o (cf. 10, 21). Jesus muda-lhe a perspetiva: passar dos preceitos observados para obter recompensas ao amor gratuito e total. Aquele homem falava em termos de procura e oferta; Jesus propõe-lhe uma história de amor. Pede-lhe para passar da observância das leis ao dom de si mesmo, do trabalhar para si ao estar com Ele. E faz-lhe uma proposta «cortante» de vida: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres (…), vem e segue-Me» (10, 21). E Jesus diz também a ti: «Vem e segue-Me». Vem: não fiques parado, porque não basta não fazer nada de mal para ser de Jesus. Segue-Me: não vás atrás de Jesus só quando te apetece, mas procura-O todos os dias; não te contentes com observar preceitos, dar esmolas e recitar algumas orações: encontra n’Ele o Deus que sempre te ama, o sentido da tua vida, a força para te entregares.
E Jesus diz mais: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres». O Senhor não faz teorias sobre pobreza e riqueza, mas vai direto à vida. Pede-te para deixar aquilo que torna pesado o coração, esvaziar-te de bens para dar lugar a Ele, único bem. Não se pode seguir verdadeiramente a Jesus, quando se está estivado de coisas. Pois, se o coração estiver repleto de bens, não haverá espaço para o Senhor, que Se tornará uma coisa mais entre as outras. Por isso, a riqueza é perigosa e – di-lo Jesus – torna difícil até mesmo salvar-se. Não, porque Deus seja severo; não! O problema está do nosso lado: o muito que temos e o muito que ambicionamos sufocam-nos; sufocam-nos o coração e tornam-nos incapazes de amar. Neste sentido, São Paulo recorda-nos que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tim 6, 10). Quando se coloca no centro o dinheiro, vemos que não há lugar para Deus; e não há lugar sequer para o homem.
Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso. Também hoje Se nos dá como Pão vivo; poderemos nós, em troca, dar-Lhe as migalhas? A Ele, que Se fez nosso servo até ao ponto de Se deixar crucificar por nós, não Lhe podemos responder apenas com a observância de alguns preceitos. A Ele, que nos oferece a vida eterna, não podemos dar qualquer bocado de tempo. Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada.
Queridos irmãos e irmãs, o nosso coração é como um íman: deixa-se atrair pelo amor, mas só se pode apegar a um lado e tem de escolher: amar a Deus ou as riquezas do mundo (cf. Mt 6, 24); viver para amar ou viver para si mesmo (cf. Mc 8, 35). Perguntemo-nos de que lado estamos nós... Perguntemo-nos a que ponto nos encontramos na nossa história de amor com Deus... Contentamo-nos com alguns preceitos ou seguimos Jesus como enamorados, prontos verdadeiramente a deixar tudo por Ele? Jesus pergunta a cada um e a todos nós como Igreja em caminho: somos uma Igreja que se limita a pregar bons preceitos ou uma Igreja-esposa, que pelo seu Senhor se lança no amor? Seguimo-Lo verdadeiramente ou voltamos aos passos do mundo, como aquele homem? Em suma, basta-nos Jesus ou procuramos as seguranças do mundo? Peçamos a graça de saber deixar por amor do Senhor: deixar riquezas, deixar sonhos de funções e poderes, deixar estruturas já inadequadas para o anúncio do Evangelho, os pesos que travam a missão, os laços que nos ligam ao mundo. Sem um salto em frente no amor, a nossa vida e a nossa Igreja adoecem de «autocomplacência egocêntrica» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 95): procura-se a alegria em qualquer prazer passageiro, fechamo-nos numa tagarelice estéril, acomodamo-nos na monotonia duma vida cristã sem ardor, onde um pouco de narcisismo cobre a tristeza de permanecermos inacabados.
Aconteceu assim com aquele homem que – diz o Evangelho – «retirou-se pesaroso» (10, 22). Ancorara-se aos preceitos e aos seus muitos bens, não oferecera o coração. E, embora tivesse encontrado Jesus e recebido o seu olhar amoroso, foi-se embora triste. A tristeza é a prova do amor inacabado. É o sinal dum coração tíbio. Pelo contrário, um coração aliviado dos bens, que ama livremente o Senhor, espalha sempre a alegria, aquela alegria de que hoje temos tanta necessidade. O Santo Papa Paulo VIescreveu: «É no meio das suas desgraças que os nossos contemporâneos precisam de conhecer a alegria e de ouvir o seu canto» (Exort. ap. Gaudete in Domino, I). Hoje, Jesus convida-nos a voltar às fontes da alegria, que são o encontro com Ele, a opção corajosa de arriscar para O seguir, o gosto de deixar tudo para abraçar o seu caminho. Os Santos percorreram este caminho.


Fê-lo Paulo VI, seguindo o exemplo do Apóstolo cujo nome assumira. Como ele, consumiu a vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas fronteiras e fazendo-se testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta duma Igreja extroversa que olha para os distantes e cuida dos pobres. Mesmo nas fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus. Hoje continua a exortar-nos, juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à santidade. É significativo que, juntamente com ele e demais Santos e Santas hodiernos, tenhamos D. Óscar Romero, que deixou as seguranças do mundo, incluindo a própria incolumidade, para consumir a vida – como pede o Evangelho – junto dos pobres e do seu povo, com o coração fascinado por Jesus e pelos irmãos. E o mesmo podemos dizer de Francisco Spinelli, Vincente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e também do nosso jovem abruzo-napolitano, Núncio Sulprizio: o santo jovem, corajoso, humilde que soube encontrar Jesus no sofrimento, no silêncio e no dom de si mesmo. Todos estes Santos, em diferentes contextos, traduziram na vida a Palavra de hoje: sem tibieza, nem cálculos, com o ardor de arriscar e deixar tudo. Irmãos e irmãs, que o Senhor nos ajude a imitar os seus exemplos!

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

"VIVER DE COMUNICAÇÕES NÃO AUTÊNTICAS É GRAVE".

Na Audiência Geral de quarta-feira, o Papa Francisco deu continuidade às catequeses sobre os 10 mandamentos, falando sobre o oitavo: “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo”.

Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
“Não levantarás falso testemunho contra teu próximo”: a catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (14/11) foi dedicada ao oitavo mandamento.
Aos milhares de fiéis e peregrinos na Praça São Pedro, o Pontífice explicou o significado profundo da verdade. Este mandamento ensina que não podemos falsificar a verdade nas nossas relações com os outros.

Frágil equilíbrio entre a verdade e a mentira

“Viver de comunicações não autênticas é grave, porque impede as relações e, portanto, o amor. Onde há mentira, não pode haver amor. E quando falamos de comunicação entre as pessoas não entendemos somente as palavras, mas também os gestos, as atitudes e até mesmo os silêncios e as ausências. “Uma pessoa fala com tudo aquilo que é e o que faz. Todos nós vivemos comunicando e estamos continuamente num frágil equilíbrio entre a verdade e a mentira.”


Que significa dizer a verdade?, perguntou Francisco. É algo que vai além do nosso ponto de vista ou a revelação de fatos pessoais ou reservados. É um modo de manifestar o amor.
“As fofocas matam”, recordou o Papa. “É o que disse o apóstolo Tiago na sua carta. Os fofoqueiros são pessoas que matam os outros porque a língua mata como uma faca. Fiquem atentos. O fofoqueiro é um terrorista, porque com a sua língua lança a bomba e vai embora e esta bomba destrói a fama dos outros. Fofocar é matar, não esqueçam.”

Testemunhar a verdade

Francisco prosseguiu explicando que as palavras “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo” pertencem à linguagem jurídica. Os Evangelhos culminam com a narração do processo, da execução da sentença contra Jesus e sua consequência inaudita.
Jesus, quando interrogado por Pilatos, disse que veio a este mundo para dar testemunho da verdade.
A verdade, portanto, encontra sua plena realização na própria pessoa de Jesus, no seu modo de viver e de morrer, fruto da sua relação com o Pai. E esta existência como filho de Deus Jesus a doa também a nós. Em cada ato, o homem afirma ou nega esta verdade. “Eu sou uma testemunha da verdade ou sou um mentiroso fantasiado de verdadeiro? Cada um se questione”, recomendou o Papa.

Amor sem limites

A verdade não se limita a discursos, mas é um modo de existir, de viver. A verdade é a revelação maravilhosa de Deus, do seu rosto de Pai, do seu amor sem limites. Esta verdade corresponde à razão humana, mas a supera infinitamente.
Francisco então concluiu:
“ Não levantar falso testemunho quer dizer viver como filhos de Deus, que jamais desmente a si mesmo, jamais mente, deixando emergir em cada ato a grande verdade: que Deus é Pai e é possível confiar Nele. Eu confio em Deus, esta é a grande verdade. E dessa nossa confiança em Deus Pai, de que Ele nos ama, nasce a minha verdade e o ser verdadeiro e não mentiroso. ”

A FORÇA DO NEOPENTECOSTALISMO VENCEU AS ELEIÇÕES NO BRASIL.


domingo, 4 de novembro de 2018

O EVANGELHO E AS ELEIÇÕES 2018.


A Casa Comum em que todos nós estamos inseridos, em tempos de pós-verdade, me parece que neste processo eleitoral no Brasil, uma parte das comunidades cristãs, tiraram suas caricaturas e mostraram a sua verdadeira face, trazendo luz e trevas para que os estudiosos e cientistas da religião, possa contribuir no futuro, no processo missionário da boa noticia do evangelho na evangelização dos povos, e futuras gerações.

No Brasil, ao longo de muitas décadas, parte das diversas denominações, comunidades cristãs se tornaram um curral eleitoral, nas mãos do neopentecostalismo, e outros ramos, que utiliza a força da comunicação através da teologia da prosperidade nas grandes mídias, e redes sociais, onde o evangelho é manipulado pelos Pastores para fortalecer financeiramente as denominações, e bancadas de Políticos, nas câmaras municipal, estadual, federal, senado, para que seus governos tenha o controle global do gado, ou melhor, tenha o controle do povo, em nome de Deus.

Diante das pesquisas eleitorais, e acreditando que as pesquisas estão corretas, Pastores em cima do muro, nas comunidades cristãs e redes sociais, de forma estratégica, procura beneficiar o seu candidato, manipulando as consciências dos clericalizados, e do povo, que os candidatos a Presidente neste segundo turno, são tão ruins, mais tão ruins, que o correto seria o povo anular o voto, sabendo eles os Pastores, que se as pesquisas estiverem corretas, desta forma está beneficiando determinado candidato no que se refere aos votos válidos.

Nestas comunidades, um bom cristão, se quiser sobreviver, não pode navegar contra o sistema, pois se isso acontecer o pobre cristão será excluído da comunidade, e precisará seguir o caminho da Cruz.

No contexto geral, o povo brasileiro é um povo pacífico, ordeiro, trabalhador, religioso e de Paz.    

De nossa parte independente de quem vença as eleições, é preciso urgentemente repensar a quem estamos servindo? 

Repensar as formações, repensar o processo de evangelização, pois se isso não acontecer, o evangelho perderá a sua força, sua credibilidade e não produzira frutos para ás próximas gerações.

 Ás redes de TVs, rádio, estão perdendo a cada dia sua força, audiência, e as redes sociais são os grandes protagonistas hoje, e protagonistas das futuras gerações, para o bem ou para o mal.

Que o bom Deus, abençoe a todos(as).
E Viva a democracia..

Texto: Tarcísio Cirino
13 - 10 - 2018