20/3/2011) Na manhã deste domingo Bento XVI visitou a paroquia Romana de São Corbiano onde celebrou a Santa Missa para a dedicação da Igreja paroquial. Na cerimonia esteve presente também o cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Frisinga.
Situada no bairro Infernetto, na periferia sul de Roma a igreja é dedicada ao santo da Baviera Corbiano, morto em 730 e do qual José Ratzinger foi sucessor em qualidade de arcebispo de Munique e Frisinga de 1977 a 1982.
A vontade de Deus revela-se plenamente na pessoa de Jesus Quem deseja viver segundo a vontade de Deus deve seguir Jesus, escutá-lo, acolher as palavras e com a ajuda do Espírito Santo aprofundá-las.
É este o primeiro convite – disse o Papa – que desejo fazer-vos queridos amigos, com grande afecto: crescei no conhecimento e no amor a Cristo, singularmente e como comunidade paroquial, encontrai-o na Eucaristia, na escuta da sua Palavra, na oração, na caridade.
Reunidos á volta da Eucaristia – disse o Papa prosseguindo a sua homilia - advertimos mais facilmente que a missão de cada comunidade cristã é aquela de levar a todos a mensagem do amor de Deus, fazer conhecer a todos o seu rosto. Por isso é importante – acrescentou Bento XVI – que a Eucaristia seja sempre o coração da vida dos fiéis.
A Igreja - salientou depois o Papa - deseja estar presente em cada bairro onde as pessoas vivem e trabalham, com o testemunho evangélico de cristãos coerentes e fiéis, mas também com edifícios que permitam a reunião para a oração e os Sacramentos, para a formação cristã e para estabelecer relações de amizade e fraternidade, fazendo crescer as crianças, os jovens, as famílias e os idosos naquele espírito de comunidade que Cristo nos ensinou e do qual o mundo tanto precisa.
A vossa – acrescentou Bento XVI a concluir – é uma comunidade jovem, constituída em grande parte por casais, que se casaram há pouco e vêm a viver neste bairro; são muitas as crianças e adolescentes. Conheço o empenho e a atenção que são dedicados á famílias e o acompanhamento que é reservados aos casais jovens: saibais dar vida a uma pastoral familiar caracterizada pelo acolhimento aberto e cordial dos novos núcleos familiares, que saiba favorecer o conhecimento recíproco , de maneira que a comunidade paroquial seja cada vez mais uma família de famílias
( ANGELUS ) Queridos irmãos e irmãs,
Agradeço o Senhor que me doou, nos dias passados, os exercícios espirituais e estou grato também a todos que estiveram próximos de mim através da oração. No domingo de hoje, o segundo da Quaresma, é chamado o da Transfiguração, porque o Evangelho narra este mistério da vida de Cristo. “Ele depois de ter pré-anunciado aos discípulos sua Paixão, levou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os conduziu à parte, sobre o monte. Ele se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol e as suas vestes se tornaram brancas como a luz" (Mt 17,1-2). Segundo os sentidos, a luz do sol é a mais intensa que se conheça na natureza, mas segundo o espírito, os discípulos viram, por um breve tempo, um esplendor ainda mais intenso, aquele da glória divina de Jesus, que ilumina toda a história da salvação. São Maximo, o confessor, afirma que as vestes que se tornaram brancas traziam o símbolo das palavras da Sagrada Escritura, que tornam- se claras, transparentes e luminosas” (
Ambiguum 10: PG 91, 1128 B).
Diz o Evangelho, que ao lado de Jesus transfigurado “apareceram Moisés e Elias que conversavam com ele” (Mt 17,3). “Senhor é bom para nós estar aqui! Se quiserdes, farei aqui três tendas, uma para Ti, uma para Moisés e uma para Elias (Mt 17,4). Mas, Santo Agostinho comenta dizendo que nós temos umas só morada: Cristo. Ele é a “Palavra de Deus na Lei, Palavra de Deus nos Profetas” (
Sermo De Verbis Ev. 78,3: PL 38, 491). De fato, o próprio Pai proclama: “Este é meu filho amado: nele coloco minha afeição. “Escutem-no” (Mt 17,5). A transfiguração não é uma mudança de Jesus, mas é a revelação da sua divindade, a íntima compenetração do seu ser com Deus, que se torna pura luz. “No seu ser que é uno com o Pai, Jesus mesmo é Luz da Luz” (
Jesús di Nazaré, Milão 2007, 357). Pedro, Tiago e João que contemplam a divindade do Senhor, são preparados para enfrentar o escândalo da cruz, como é cantado em um antigo hino: “Sobre o monte te transfigurastes e os teus discípulos contemplaram a tua glória, a fim que vendo-te crucificado, compreendessem que a sua Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que és verdadeiramente o esplendor do Pai”.
Caros amigos, participem também desta visão e deste dom sobrenatural, dando espaço à oração e a escuta da Palavra de Deus. Além disso, especialmente neste tempo da Quaresma, exorto, como escreve o servo de Deus Paulo VI, “a responder ao preceito divino da penitência com qualquer ato voluntário, além das renúncias impostas pelo peso da vida cotidiana” (
Cost. ap. Pænitemini, 17 fevereiro 1966, III, c: AAS 58 [1966], 182).
Invoquemos à Virgem Maria, a fim que ela nos ajude a escutar e a seguir sempre o Senhor Jesus, até a Paixão e a Cruz, para participar também da sua glória.
Nos dias passados, as notícias preocupantes que chegaram da Líbia suscitaram também em mim um vivo temor e apreensão. Eu rezei de modo particular por esta situação, durante a semana dos exercícios espirituais. Sigo agora os últimos eventos com grande apreensão e rezo por aqueles que estão envolvidos na dramática situação daquele país, além de dirigir um apelo urgente a todos que possuem responsabilidades políticas e militares, a fim que tenha no coração antes de tudo, a segurança dos cidadãos e a garantia dos acessos aos recursos humanitários. À população, desejo assegurar a minha comovida proximidade, enquanto peço a Deus que um horizonte de paz e de concórdia surja o mais rápido possível sobre a Líbia e sobre toda a região norte africana.