FRATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA
Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com
Mestre em Teologia Moral , Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
A Campanha da Fraternidade de 2011, promovida pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que inicia na Quarta-Feira de Cinzas, estendendo-se principalmente ao longo da Quaresma, escolheu como tema: FRATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA e lema: “A Criação geme em dores de parto” (Rm 8,22), que “aborda o tema do aquecimento global e das mudanças climáticas. A considerar as intempéries climáticas que estão sistematicamente assolando as populações, de forma cada vez mais intensa e em quantidade sempre crescente, a temática é plenamente justificável.” A Campanha “propõe como Objetivo Geral: contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta” (Cfe. Manual da Campanha da Fraternidade de 2011 da CNBB, pp. 11-12).
No encontro do segundo com o terceiro milênio da Era Cristã, mais precisamente no ano 2000, criou-se um Panorama Confuso em torno do Fim do Mundo. Muitos achavam que o Ano 2000 daria o ultimato ao Planeta Terra. Grupos inúmeros, como videntes e seitas tentaram arriscar o dia 13 de agosto de 2000 como decreto do Fim do Mundo. Não sei como acordaram na manhã do dia 14, quando suas previsões não se haviam concretizado. Entretanto, pudemos constatar que os dez primeiros anos do Novo Milênio trouxe consigo desafios assustadores a toda a humanidade, em se falando da Vida no Planeta. O provérbio popular: “Deus perdoa sempre, o homem de vez enquando e a natureza jamais” vai se tornando visível e traz suas conseqüências desastrosas.
A preservação do habitat que nos foi confiado pelo Criador é responsabilidade de cada ser humano. A educação de berço já deveria ser uma tarefa primordial nesse sentido. Cuidar da natureza e amá-la deveria ser inerente a toda criatura, que nos remete à imagem e semelhança de Deus.
Certo dia vi uma senhora varrendo a calçada cheia de flores caídas de uma linda árvore, um Ipê. Perguntei a ela, porque varria aquelas flores de sua calçada, que mais parecia um lindo tapete. Ela meio desconfiada me disse: “O senhor acha essas flores um tapete bonito? É só sujeira, que levam para dentro de casa!” Respondi a ela: “Sujeira é o lixo que a senhora deixa encostado no poste de luz e, que numa chuva forte descerá e se armazenará numa boca de lobo, entupindo-a. Depois o esgoto não dará conta, virá a enchente e ainda xingaremos as autoridades pela sujeira que nós mesmos fizemos...” Ela ficou pensativa e deu-me razão.
Certa vez, subindo uma das avenidas mais movimentadas no Jardim Mosteiro, contei vinte e oito sacos de lixos indevidamente aguardando o caminhão passar. Se caísse uma chuva forte, todos aqueles sacos desceriam a avenida entupindo os esgotos. Então pensei: a preservação de nosso Planeta começa no quintal e no jardim de nossas casas. Todos precisamos colaborar por um mundo mais sadio, lindo e habitável. Não esperemos grandes projetos. Que a Campanha da Fraternidade deste ano comece dentro de nossas próprias casas, com gestos muito simples, mas vitais por uma vida de melhor qualidade!
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