"Caros irmãos e irmãs,
hoje gostaria de falar-vos sobre o assunto do ambiente, como já tive oportunidade de fazer em diversas ocasiões."
"Quando falamos de ambiente, do criado, o meu pensamento vai às primeiras páginas da Bíblia no Livro dos Genésis, onde se afirma que Deus pôs o homem e a mulher sobre a terra para que a cultivassem e a cuidassem. E surgem-me estas perguntas: O que quer dizer cultivar e cuidar da terra? Nós estamos mesmos a cultivar e a cuidar do criado?"
O Papa Francisco convidou todos os homens e mulheres a um sério compromisso no sentido de respeitarem e guardarem a criação e a serem solícitos na defesa do meio ambiente contrastando a cultura do desperdício com uma cultura da solidariedade e do encontro. Logo no início da história, Deus mandou-nos cultivar e tutelar a criação, fazendo dela um jardim, um lugar habitável para todos. Mas esta ordem, porém, não se refere só à nossa relação com o ambiente, mas também às relações humanas.
"Mas "cultivar e cuidar" não compreende só a relação entre nós e o ambiente, entre o homem e o criado, tem que ver tembém com as relações humanas. Os Papas falaram de ecologia humana intimamente á ecologia ambiental. Nós estamos a viver um momento de crise; vêmo-lo no ambiente, mas sobretudo no homem. A pessoa humana está em perigo: eis a urgência da ecologia humana!"
Desta forma, o Santo Padre considerou que a crise, que hoje se vive, reflecte-se no ambiente, mas é sobretudo uma crise humana. A vida humana já não é sentida como o valor primeiro a respeitar e a tutelar. E o Papa Francisco clarificou esta ideia:
"Assim homens e mulheres são sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo: é a cultura do desperdício. Se se avaria um computador é uma tragédia, mas a pobreza, as necessidades, os dramas de tantas pessoas acabam por entrar na normalidade..."
Segundo o Papa os homens e mulheres da atualidade deixaram-se sacrificar aos ídolos do lucro e do consumo onde as pessoas são descartadas, postas de lado, sobretudo se já não são úteis. Mas, Jesus não quer nada disto:
"Há poucos dias atrás, na Festa do Corpus Domini, lemos a parábola do milagre dos pães: Jesus dá de comer à multidão com cinco pães e dois peixes. E o final da parábola é importante: Todos comeram à saciedade e foram recolhidos todos os porções avançadas: doze cestas. Jesus pede aos discípulos que não percam nada: nada de desperdícios."
Jesus depois da multiplicação dos pães e dos peixes ao mandar recolher os pedaços que sobraram, para que nada se perdesse lembra-nos que o alimento que se deita fora é como se fosse roubado da mesa do pobre, ou seja da ,mesa de quem tem fome. Desta forma, o Santo Padre concluiu a sua catequese convidando os fieis à ação:
"Gostaria que tomassemos todos o sério empenho de respeitar a e cuidar o criado, de sermos atentos a cada pessoa, contrastarmos a cultura do desperdício, para promover uma cultura da solidariedade e do encontro."
No final da audiência o Papa Francisco saudou os milhares de fieis presentes.
"Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Uma saudação particular à tripulação da Fragata «União» da Marinha do Brasil e aos fiéis diocesanos de Curitiba com o seu Pastor, Dom Moacyr Viti, encorajando-vos a todos a apostar em ideais grandes de serviço, que engrandecem o coração e tornam fecundos os vossos talentos. De bom grado abençoo a vós e aos vossos entes queridos."
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